22 janeiro 2007

"Penalva ainda assustou a Pantera"

Boavista 3-1 Penalva

O Penalva do Castelo saiu com honra e glória da Taça de Portugal, fazendo tremer a pantera nos seus domínios. A formação orientada por Carlos Agostinho apresentou-se no Estádio do Bessa desinibida, descomplexada e até surpreendeu nos minutos iniciais a formação axadrezada, tendo sido a primeira equipa a rematar à baliza, quando iam decorridos 11 minutos. Todavia, alguma desconcentração defensiva e, porque não dize-lo, a mais valia de alguns jogadores do Boavista, acabaram por fazer a diferença. Aos 16 minutos, no primeiro canto do encontro, a turma da casa chegou ao golo, num erro de marcação ao defesa Cissé, que apareceu a cabecear sem oposição. Fary aumentou a vantagem cinco minutos depois, num bonito golo, mas ainda assim a turma beirã manteve a mesma atitude, tendo até em alguns instantes do encontro algum ascendente, para desagrado de Jaime Pacheco.
No início do segundo tempo Lopes arrancou um penalty a Lucas, que Listra não perdoou. Depois de Tojó ver Cissé negar-lhe o golo do empate, foi Fary que arrumou a questão a 12 minutos do final da partida.
A mesma táctica
do Campeonato

Carlos Agostinho tinha dito durante a semana que a sua equipa iria "encarar o jogo com naturalidade, motivação e com alguma esperança de passar à eliminatória seguinte, sabendo de antemão que era um tarefa complicada". E era efectivamente.
Todavia o técnico penalvense bem pode agora estar de consciência tranquila, pois não teve medo do "papão" Boavista. Apresentou uma disposição táctica igual à que tem vindo a implementar para o campeonato, os seus jogadores correram tanto ou mais que as "panteras", jogaram de igual para igual, diríamos, como se diz na gíria taurina "encarou o touro olhos nos olhos", soçobrando apenas em alguns duelos individuais, pela mais valia dos jogadores axadrezados, que acabaram por marcar a diferença. Porém, na retina, fica uma excelente exibição do Penalva, sem complexos, frente a uma das equipas de topo do futebol nacional.

Inicio com tremedeira

Depois de ter eliminado o Fátima, 1º de Dezembro e Maria da Fonte, a formação penalvense apresentava-se nesta partida com a consciência do dever cumprido na segunda prova mais importante do futebol nacional. Todavia, a esperança é a ultima a morrer e está na memória de todos a recente eliminação do FC Porto às mão do Atlético, uma equipa que, tal como o Penalva, disputa a 2ª Divisão nacional. A equipa de Castendo entrou no jogo com alguma tremedeira, mas rapidamente mandou às malvas o nervoso miudinho, entregando-se ao jogo, apoiada pela ruidosa falange de apoio presente no Bessa.
Aos 5 minutos a formação orientada por Carlos Agostinho mostrava uma enorme tranquilidade, tendo Lopes feito o primeiro remate com perigo às redes contrárias aos 10 minutos. No minuto seguinte, a baliza boavisteira voltou a passar por alguns momentos de aflição, com Tojó a rematar ao lado, em resposta a um cruzamento de Marco da esquerda.
A turma do Bessa beneficiou do primeiro pontapé de canto aos 16 minutos, com Zé Manuel a bater e Cissé, sem marcação, a atirar de cabeça para o fundo das redes de Nuno, numa falha de marcação ao defesa boavisteiro.
Cinco minutos volvidos, o Boavista aumentou a vantagem, com Nuno Pinto a cruzar da esquerda e Fary a encher o pé, que com um remate cruzado aumentou a vantagem.
Temeu-se o pior, a goleada era uma possibilidade, mas tal não se verificou. Os jogadores de Penalva não acusaram os golpes e voltaram, com tranquilidade, a equilibrar a contenda, sem que o marcador tivesse sofrido qualquer alteração até ao intervalo.

Penalty a abrir
a segunda metade

A abrir o segundo tempo, Lopes arrancou uma grande penalidade a Lucas. Arrancou pelo lado esquerdo, sendo travado na área de rigor quando flectiu para o meio. Listra não perdoou da marca de 9,15 metros, relançando a partida.
E o empate poderia ter chegado aos 57 minutos, quando Tojó rematou de cabeça e Cissé evitou o golo em cima da linha, desviando para canto.
O jogo estava aberto e Carlos Agostinho tentou dar mais força à sua frente de ataque. Todavia, alguma indefinição na abordagem ao jogo após as substituições, acabou por ser fatal. Listra, Belo e Tojo não se entediam, o que obrigou o técnico à entrada de Roberto, para aguentar o meio campo, onde Tiago dominava. Esta alteração obrigou a alguns acertos e foi nesse momento que o Boavista acabou por matar o jogo, com Fary, outra vez, a dar a machadada final nas aspirações das gentes de Penalva e da sua equipa.
No final da partida Carlos Agostinho realçou a exibição e postura dos seus jogadores perante o Boavista, destacando as diferenças entre as duas equipas. O técnico lamentou o menor acerto da sua equipa após ter reduzido a diferença, o que acabou por ser fatal. Por sua vez Jaime Pacheco salientou que a sua equipa mereceu o triunfo, num bom jogo, perante um adversário muito aguerrido e que dificultou a passagem à eliminatória seguinte.
Bom trabalho do trio de arbitragem lisboeta.

Mais de três
centenas de Penalva
para o Bessa

Começou cedo a romaria dos adeptos do Sport Clube de Penalva do Castelo rumo ao Porto. Da A25, pela A1 ou A29 eram muitos os que, de carro ou de autocarro, foram seis que saíram de Penalva, se dirigiam para o Porto. Nos arredores do Estádio do Bessa a festa era feita pelos penalvenses, que ocuparam a bancada norte, onde desde que entraram fizeram a festa, num apoio incondicional à sua equipa.
Diga-se, todavia, que o Estádio do Bessa apresentava um aspecto desolador, pois talvez menos de mil adeptos arriscaram ir ao jogo. Metade eram de Penalva.

José Luis Araújo

1 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

Parabens ao Penalva.
Sai desta Taça de Portugal de cabeça erguida.

23/1/07  

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