13 junho 2007

"Divisão de Honra em análise"

Não só porque a designação da prova foi diferente, mas também por nos parecer que a Divisão de Honra da Associação de Futebol de Viseu foi um campeonato bastante competitivo, decidimos fazer um balanço que, ressalve-se, pode não ser o das próprias equipas envolvidas, para que os nossos leitores possam ter uma ideia mais aproximada do que aconteceu. E, não se diga, que não houve emoção. Houve e muita. Senão vejamos.
Todos os que acompanham o futebol regional, sabem que o Sporting de Lamego chegou a liderar, levando onze pontos de diferença para o segundo classificado, com o Académico de Viseu a ser considerado como o condenado ao segundo no lugar, na melhor das hipóteses. A verdade é que os academistas que, recorde-se, chegaram a ocupar a “modesta” posição de quinto classificado, mostraram-se como corredores de fundo e, fazendo um campeonato de trás para a frente, acabaram por anular os onze pontos dos lamecenses e ainda ficar com um ponto a mais, o que lhes permitiu sagrarem-se campeões distritais e colocar, de novo, a cidade de Viseu, uma das maiores de Portugal e que não tinha nenhum representante nos nacionais, na rota da 3.ª Divisão Nacional.

Fazer uma equipa demora tempo e muita persistência

O Académico de Viseu é assim, em todos os aspectos, o grande ganhador, e o grande mérito terá de ser dado aos jovens e menos jovens jogadores academistas, bem como ao grande timoneiro e persistente treinador Idalino de Almeida, um treinador que, às vezes no anonimato, foi desenvolvendo um trabalho criterioso, formando uma equipa a partir duma base torta, pois havia jogadores que se tinham comprometido com o clube e, depois, foram para outras paragens. Um dos casos mais falados, nessa altura, foi de André Mendes, também conhecido por "Baixote", que decidiu dar o dito por não dito e integrar o plantel da Sampedrense, perdeu o Académico e perdeu o jogador, pois este deixou de ter a visibilidade que poderia ter ganho ao serviço da turma de Idalino de Almeida. Mas este é apenas um exemplo de outros que foram para a 3.ª Divisão Nacional, como Jusko (avançado) que foi para o Tondela. Assim, o técnico academista foi obrigado a fazer adaptações, a dar-lhe novas ideias e a transmitir-lhes confiança o que, diga-se, demora tempo. Depois, há que ser claro. O Académico de Viseu, não se sabe porquê, era um clube que tinha, na maioria dos campos alheios uma animosidade, muitas vezes doentia, a que se aliaram, também, as más exibições de dois ou três árbitros que quase deitavam por terra toda uma época. Luís Ramos (em Campia) foi um deles e numa altura em que já havia pouco tempo para recuperar.
Deste modo, a vitória do Académico acabou por ser ainda mais valorizada e originou até que jogadores e equipa técnica, no último jogo, “vertessem” muitas lágrimas de alegria, por terem vencido tantos inimigos.

Onze pontos de avanço não chegaram para atingir objectivos

Como já referimos, o Sporting de Lamego chegou a levar onze pontos de avanço como líder. Só que a veterania da maioria dos seus jogadores fez com que o conjunto orientado por Vítor Pereira tivesse uma quebra acentuada que o fez ficar muito perto dos seus adversários mais directos. Quando estabilizou, a verdade é que os seus perseguidores também tinham já controlado toda a movimentação lamecense e foi só esperar um deslize para lhe saltarem em cima. A derrota em Lamelas, numa altura em que esta equipa conduzida por Paulo Sant`Ana estava já em clara ascensão, permitiu ao Académico “roubar” a liderança aos leões durienses a que se seguiu uma série de jogos em que se lutou taco a taco pelo comando, até ao jogo de Campia, onde então o árbitro de Nelas, Luís Ramos, fez uma péssima arbitragem a prejudicar a turma viseense e a “dar” ao Sporting de Lamego, de novo a liderança, por um ponto. Só que no jogo seguinte, o Oliveira de Frades decidiu repor a justiça ao impôr um empate ao Sporting de Lamego, permitindo ao Académico retomar a liderança. Na última jornada, como se sabe, o Académico “despejou” toda a raiva acumulada e goleou um Vouzela que “pagou” as favas, tendo-se submetido ainda a ver os viseenses a fazerem a festa de campeões.

Mangualde em terceiro mas com dignidade

No terceiro lugar ficou a equipa do Grupo Desportivo de Mangualde. Curiosamente, tendo em conta a valia dos jogadores do plantel e a experiência do seu treinador, Carlos Marques, a verdade é que se apresentou como um forte candidato à subida e, diga-se, esteve muito tempo nessa luta. Contudo, a derrota sofrida em casa frente ao Académico e ainda mais dois ou três resultados menos positivos, acabaram por afastar os mangualdenses da corrida para o regresso ao Nacional. Mesmo assim, há que dize-lo, foi uma equipa que mostrou muita regularidade que, se as palavras do seu treinador e de alguns dos seus dirigentes foram sérias, então há que concluir que o Grupo Desportivo de Mangualde foi terceiro classificado com grande dignidade.
Tal como aconteceu com o Académico, o Cinfães também fez uma prova de trás para a frente, conseguindo chegar ao quarto lugar e, se tinha “acordado” mais cedo podia ter conseguido um lugar melhor.
A surpresa da prova, apesar da sua quinta posição, no final foi o Paivense que chegou a andar também no comando da prova. Contudo, alguns resultados inesperados fora de casa, travaram-lhes as veleidades de algo mais do que um lugar acima do meio da tabela.
Desilusão, ou talvez não, é o sexto lugar do Sampedrense. A turma de S. Pedro do Sul, orientada por Chalana, apesar de nunca assumir claramente um dos três primeiros lugares, não deixou de aventar tal hipótese. Mas alguns jogos menos conseguidos não permitiram mais.
Vouzela e Carvalhais conseguiram, perfeitamente, os objectivos da manutenção. E só se pode chegar até onde as condições o permitem. Muito boa época para ambas as equipas, apesar da nódoa da goleada sofrida na última jornada pelos vouzelenses.
Foi até ao fim uma luta fratricida, mas Campia, Lamelas, Vildemoinhos, Oliveira de Frades e Moimenta da Beira, conseguiram o objectivo da manutenção, com as três primeiras a saberem só no último jogo que tinham alcançado esse objectivo. O Tarouquense foi caindo, como que uma maldição, e não conseguiu aguentar-se, ficando com o sabor amargo de duas descidas seguidas: da 3.ª Divisão Nacional para o distrital da Divisão de Honra e deste escalão para o da 1.ª Divisão Distrital.
Mortágua e Viseu e Benfica também pagaram caro alguma juventude no seu plantel, mais no segundo do que no primeiro caso. Desceram e entrando no ciclo do sobe e desce.
Resultados da última jornada e que ditaram a descida do Tarouca e a subida do Académico. A curiosidade é que as duas equipas da cidade de Viseu abrem e fecham a classificação final.

C.C. (Diário Regional)

2 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

É para dizer a V.exa que a equipa do S.C.de Lamego era a equipa mais jovem da Divisão de Honra com uma média de idades era 23.

19/6/07  
Anonymous Anónimo disse...

SAMPEDRENSE 22.8 DE MÉDIA

20/6/07  

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