30 setembro 2007

"Do Céu ao Inferno..."

Milheiroense 3-3 Ac.Viseu (3ª Divisão Nacional - Série C)"No futebol não se pode brincar". Esta foi a frase de Idalino de Almeida no final do jogo em Milheirós de Poiares, que espelha bem o desalento do técnico do Académico de Viseu em relação ao resultado final, que não deixou ninguém satisfeito. Depois de uma primeira parte de excelente nível, que vulgarizou a equipa da casa, reduzida a 10 unidades a partir dos 42 minutos, e a obtenção de três golos, os viseenses fizeram uma segunda parte desastrada, coroada com o golo do empate da equipa da casa ao cair do pano, a cereja no topo do bolo para a equipa do Milheiroense.
O empate castiga a formação academista pela péssima segunda parte, não só em termos defensivos, foi uma "passadeira", mas também no ataque, onde também falhou, pois por três ou quatro vezes o quarto golo esteve à vista, mas a ansiedade foi mais forte, a partir do momento em que o Milheiroense, em dois minutos (54 e 56m), apontou dois golos.
Um jogo para ver e rever muitas vezes, pois uma equipa, seja ela qual for, não pode apresentar duas etapas tão distintas. Diríamos que na etapa complementar, os viseenses apresentaram-se convencidos de que o jogo era favas contadas. Além de três golos de vantagem, detinham também vantagem numérica, mas foi pura ilusão, pois a partir daí mais parecia o contrário.

Excelente primeira parte

O jogo marcou a estreia de Clement Beaud na turma academista. O jogador camaronês joga numa posição onde a equipa estava carenciada, à frente da defesa, mostrou bons pormenores, assumiu, em alguns momentos, o comando do jogo, sendo visto muitas vezes a dar indicações aos companheiros. No segundo tempo, tal como a equipa, decaiu de produção.
A partida iniciou-se com os viseenses, desde cedo, a assumirem o comando do jogo. Aos cinco minutos Bastos fugiu pela esquerda e levou perigo à baliza de Artur. Aos poucos tornou-se mais evidente o domínio dos visitantes, mas foram os locais que aos 16 minutos obrigaram Manuel Fernandes a defesa atenta. Aos 20 minutos os viseenses estiveram próximos do golo, com Cardoso a não conseguir bater Artur, após uma excelente abertura do último reforço viseense.
O golo, merecido, chegou aos 21 minutos, com Valério a converter de forma superior um livre à entrada da área, a castigar uma falta de Rui Jorge sobre Bastos.
Os academistas mostravam um futebol rápido e incisivo, com movimentações lestas, que deixavam o adversário atordoado. O segundo golo chegou a nove minutos do intervalo, com Bastos a ser travado na área. O juiz do Porto apontou a marca de grande penalidade, mas Eduardo permitiu a defesa de Artur, com Cardoso a aparecer rápido a atirar para o fundo da baliza. O número 10 academista redimiu-se três minutos depois, numa "cavalgada" pelo corredor direito, com Bastos a concluir ao segundo poste. Antes do intervalo nota para a exclusão de Wellington, aos 42 minutos, após entrada dura sobre Álvaro.
Clement Beaud

Etapa complementar para esquecer

Ao intervalo o técnico academista mostrava-se satisfeito com a prestação da equipa, mas deve ter mudado de opinião dez minutos após o reatamento.
Aos 54 minutos, numa falta inexistente, Melo reduziu a desvantagem da sua equipa, num livre na meia esquerda. Dois minutos depois, e com a turma academista balanceada para o ataque, uma perda de bola permitiu o contra-ataque rápido da turma da casa. A bola metida no corredor direito, onde Brandão nos pareceu em posição irregular, permitiu que Bruno Faria reduzisse a desvantagem para a margem mínima, relançando a partida.
À passagem da meia hora Manuel Fernandes esteve em evidência nesta fase do jogo, ao negar por duas vezes o golo do empate.
Com os viseenses a tentarem recuperar dos diversos sustos, nos últimos dez minutos do encontro Carlos Santos e Eduardo tiveram o quarto golo nos pés por, pelo menos, três vezes. Porém, a velha máxima de que quem não marca sofre castigou os viseenses, que viram Melo, a um minuto dos 90, apontar o terceiro golo para a sua equipa, o que deixou Idalino de Almeida irado.
Em resumo, o empate premeia a voluntariedade da turma da casa e castiga a inépcia dos viseenses no segundo tempo, que complicaram aquilo que era simples. E tão simples que poderia ter sido regressarem com os três pontos!
O trabalho do trio de arbitragem do Porto não foi de todo conseguido. A falta que esteve na origem do primeiro golo dos locais não existiu, para além da jogada que deu o segundo golo foi precedida de fora de jogo de Brandão. Ficamos com esta convicção no decorrer do lance, a mesma que tiveram outros viseenses que estavam ao nosso lado a assistir ao encontro.

Ficha de Jogo:

Milheiroense 3
- Artur, Mário Jorge, Melo, Rui Jorge, Paulinho, Wellington, Rui Pinto, Brandão, Bruno Silva, Machadinho e Bruno Faria.
Substituições: Paulinho por Bairrada (45’), Bruno Silva por Rodrigo (45’) e Mário Jorge por Meirim (52’).
Suplentes não utilizados: João Ricardo, Alex, Charles e Serrão
Treinador: Carlos Miragaia.

Ac. Viseu 3
- Manuel Fernandes, João Miguel, Marcos, Caliço, Valério, Beaud, Álvaro, Megane, Cardoso, Eduardo e Zé Bastos.
Substituições: Valério por Zé Pedro (59’), Cardoso por Santos (67’) e Bastos por Filipe Figueiredo (87’)
Suplentes não utilizados: João Sampaio, Lopes, Zé Teixeira e Barra.
Treinador: Idalino de Almeida

Jogo no Complexo Desportivo de Milheirós de Poiares
Assistência: cerca de 250 espectadores
Árbitro: Fernando Nunes, do CA do Porto
Auxiliares: Arsénio Neves e Licínio Torres
Ao intervalo: 0-3
Marcadores: Valério (21’), Cardoso (36’), Bastos (39’), Melo (54 e 89’) e Bruno Faria (56’).
Acção disciplinar: Cartão amarelo para Wellington (36’ e 42’), Machadinho (37’), Bairrada (60’), Santos (83’), Zé Pedro (86’) e Álvaro (90’). Cartão vermelho, por acumulação, para Wellington (42’)

José Luís Araújo (DV)

Classificações actualizadas da 2ª e 3ª Divisão Nac. na barra lateral à direita.

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