23 setembro 2007

"Era uma vez um sonho..."

Ac.Viseu 1-3 Sp.Covilhã (Taça de Portugal - 2ª Eliminatória)O Académico de Viseu ficou pelo caminho, na segunda Eliminatória da Taça de Portugal. Perante um Sporting da Covilhã mais adulto e melhor organizado, os viseenses mostram-se inibidos e desconcentrados, o que lhes "valeu" uma péssima primeira parte, onde apenas por uma vez conseguiram chegar com perigo à área contrária.
Idalino de Almeida procedeu a algumas alterações, procurando dar oportunidade a jogadores que têm sido menos utilizados nos jogos para o Campeonato. Porém, as alterações não terão dado o efeito pretendido pelo técnico. Jogadores houve que "sentiram" demasiado o peso do jogo, passando ao lado do mesmo, em especial no meio campo.
E aqui residiu o problema. Com um meio campo que raramente conseguiu ser a primeira barreira para o adversário, a defesa, em especial os centrais, acabou por pagar as favas.
Aliás, parece-nos que é uma lacuna do plantel, e sem querermos imiscuir-nos nas opções do treinador academista, a falta de um jogador "mandão" a meio campo, do tipo "carregador de piano", como se dizia antigamente, que possa pegar na equipa e que liberte outros para a construção do jogo tem-se notado. Calico e outras vezes Zé Pedro têm sido os escolhidos e pese embora toda a sua abnegação e entrega, não são jogadores com as características que, parece-nos, a equipa necessita. Aliás, Idalino de Almeida já tinha dado a entender essa falta, sem se referir em concreto ao tipo de atleta que pretendia, quando há oito dias atrás dizia que faltava um jogador para essa posição. Depois, sem meio campo, o ataque acabou por se ressentir. Zé Bastos e Filipe Figueiredo, que regressou à titularidade e, ainda assim, em bom plano, foram presas fáceis para a defesa serrana, que quando pressionada, como aconteceu no golo, comete erros que não foram aproveitados.
Diga-se que a equipa serrana controlou grande parte da partida, em especial no primeiro tempo, período que, claramente, marcou a diferença.
No início do segundo tempo, com as entradas de Eduardo e Megane, o futebol academista mostrou mais organização e profundidade, com o golo de Filipe Figueiredo aos 51 minutos a animar as hostes, mas foi insuficiente para virar o rumo dos acontecimentos e o consequente afastamento da Taça. A formação de Vítor Cunha mostrou o que pretendia logo no primeiro minuto do encontro, ao criar duas excelentes ocasiões para inaugurar o marcador.

Académico encolhido e receoso

Perante um Académico encolhido e apático, a turma serrana chegou à vantagem aos 20 minutos, numa jogada simples. Pombo cruzou da esquerda, após boa combinação com Cordeiro, e Paulo Campos desviou para a baliza. Três minutos depois os visitantes ampliaram a vantagem, numa jogada idêntica, só que desenvolvida pelo corredor direito, com Cordeiro a empurrar para o golo ao segundo poste, redimindo-se do falhanço escandaloso no primeiro minuto do encontro, numa jogada em tudo idêntica.
Com o Covilhã a controlar o jogo, os donos da casa só por uma vez conseguiram chegar com algum perigo à área contrária, perto do intervalo, pelo que o resultado no final dos primeiros 45 minutos espelhava a produção das duas formações.
Insatisfeito com a produção da equipa, Idalino de Almeida deixou no balneário Lopes e Cardoso e lançou Megane e Eduardo, com o futebol academista a transfigurar-se. Logo a abrir a etapa complementar, e beneficiando de um erro da defesa visitante, Filipe Figueiredo reduziu a desvantagem, relançando a partida que era agora mais disputada e equilibrada.
No minuto seguinte, Zé Bastos queixou-se, tal como a massa adepta academista, de ter sido agarrado na área, com o juiz de Coimbra a mandar seguir o jogo. Pelo que se viu a seguir, parece que Nuno Roque trazia a lição bem estudada, porque a grande penalidade existiu e não assinalou algumas faltas claras a favor dos academistas.
Também no capítulo disciplinar foi condescendente com os visitantes, poupando-lhes alguns cartões. Adiantando, diríamos que fez uma arbitragem que já não víamos há algum tempo. Porque será?
Voltando ao jogo, os academistas detinham à passagem do primeiro quarto de hora da etapa final algum ascendente, tendo mesmo criado algumas ocasiões para empatar a partida.
Porém, a exclusão de Negrete, com segundo cartão amarelo, a seis minutos do final deitou por terra as aspirações dos viseenses, pois logo a seguir o Covilhã matou o jogo, com o terceiro golo.
Em resumo, diríamos que foi uma vitória justa da equipa mais madura, perante um Académico que entrou algo nervoso e desconcentrado, que nunca se recompôs totalmente.

Ficha de Jogo:

Ac. Viseu 1
- Sampaio, Caliço, Marcos, Negrete, Zé Teixeira, Zé Pedro, Álvaro, Lopes, Cardoso, Filipe Figueiredo e Zé Bastos
Substituições: Lopes por Eduardo (45m), Cardoso por Megane (45m) e Zé Pedro por Santos (80m)
Suplentes não utilizados: Manuel Fernandes, João Miguel, Márcio e Barra
Treinador: Idalino de Almeida

Sp. Covilhã 3
- Luís Miguel, Pombo, Cordeiro, Real, Djikine, Mohamed, Fabrizio, Paulo Campos, Dani, Vladimir e Paulo Gomes
Substituições: Pombo por David (45m), Djikine por Quelhas (51m) e Fabrizio por André (73M)
Suplentes não utilizados: Igor Araújo, João Martins e Edgar
Treinador: Vítor Cunha

Jogo no Estádio Municipal do Fontelo, em Viseu
Assistência: Cerca de 250 espectadores
Árbitro: Nuno Roque, do CA de Aveiro
Auxiliares: Nuno Pereira e Mário Gonçalves
Ao intervalo: 0-2
Marcadores: Paulo Campos (20m), Cordeiro (23m), Filipe Figueiredo (51m) e ANDRÉ85M)
Acção disciplinar: Cartão amarelo para Negrete (8 e 84m), Calico (29m), Quelhas (54m), Filipe Figueiredo (76m), Megane (78m) e Paulo Gomes (88m)
Cartão vermelho, por acumulação, para Negrete (84m)

José Luís Araújo (DV)

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