24 fevereiro 2008

"Empate num dérbi bem jogado"

Ac.Viseu 0-0 Tondela (3ª Divisão Nacional - Série C)
Um jogo sem golos é como comida sem sal. Este é um velho ditado que, de algum modo, se aplica ao que ontem se passou no Municipal do Fontelo. Apesar disso, o derby regional da 3ª Divisão Nacional entre Académico e Tondela não defraudou as expectativas no que com cerne à emoção que pautou todo o encontro, mas faltaram os golos.
As duas equipas proporcionaram um bom espectáculo, criaram várias ocasiões de golo, mas aos avançados faltou pontaria. E oportunidades não faltaram para os dois lados.
O encontro teve, diríamos, quatro partes distintas. Os primeiros 20 minutos de futebol muito agradável, com ocasiões de golos, mais para o Académico de Viseu, para os últimos 25 minutos do primeiro tempo serem mais tácticos e menos interessantes. No reinício o Académico mostrou sinal mais, teve 15 minutos de futebol ofensivo, mas as ocasiões de golo rarearam. A entrada de Steven, aos 53 minutos, veio reequilibrar a partida. A velocidade do número 18 criou maiores dificuldades a Marcos e companhia, mas o equilíbrio pautou o resto do encontro, até nas oportunidades de golo criadas pelas duas equipas.

Início prometedor

O início do encontro foi prometedor, pois a velocidade de processos imperou, com transições rápidas que criavam desequilíbrios na defesa adversária. O Académico de Viseu apresentou neste encontro algumas alterações em relação ao encontro de Castro Daire. Manuel Fernandes e Cardoso regressaram à equipa. E se o guarda-redes deu maior estabilidade ao sector recuado, já Cardoso mostrou alguma falta de ritmo, compreensível, por via da lesão que o apoquentou. Os academistas mostraram um futebol agradável, jogado em velocidade, a que faltou o instinto final de Bastos e Alex.
Por sua vez João Bento apresentou no Fontelo uma equipa desinibida e sem complexos. Jogou em todo o terreno e obrigou o adversário a atenção redobrada sobre a imponência de Phil Jackson, à velocidade de processos de Osvaldo e China e à mobilidade de Beré.
A partida iniciou-se com Alex, aos dois minutos, a falhar o desvio para a baliza, em resposta a um cruzamento de Álvaro da direita. Uma ocasião soberana que poderia ter lançado os viseenses para a vitória. A resposta dos tondelenses foi ténue, numa fase do encontro em que João Bento ajustava as tropas à entrada do adversário. Aos 8 minutos Bastos conseguiu escapar à vigilância da defesa visitante mas, isolado, não conseguiu bater Mikael. A resposta foi rápida e aos nove minutos China testou a atenção de Manuel Fernandes, que defendeu com os punhos a bomba do adversário. O jogo estava vivo, com os tondelenses agora mais afoitos no ataque. China, aos 16 minutos, acertou no poste, após um lançamento longo para a área academista.
Esgotados os primeiros 20 minutos o jogo entrou numa fase menos interessante e menos bem jogada que durou até ao intervalo. Ainda assim Álvaro (22m), Bastos (28m) estiveram perto do golo.

Entrada de rompante

Os viseenses entraram a todo o gás no segundo tempo, assistindo-se a 15 minutos de algum pressão sobre o último reduto contrário, mas a bola raramente a bola andou perto do golo. A entrada de Steven, para o lugar de China deu maior velocidade e largura ao ataque tondelense. Com isso o jogo ficou mais equilibrado, numa fase em que já não havia tácticas e o jogo partido, uma vez que as duas equipas procuravam o golo.
À entrada para o último quarto de hora os tondelenses pareciam mais afoitos no ataque, com Beré a aparecer. Aos 27, 30 e 36 minutos a baliza academista passou por momentos de perigo. Na resposta, aos 37 minutos, João Paulo antecipou-se a Alex, quando este procurava o desvio para o golo. Nos instantes finais os viseenses ainda tentaram chegar ao triunfo, mas as forças e a clarividência já começavam a faltar.
Num jogo sem casos, o trio de arbitragem transmontano passou despercebido do Fontelo. Excelente trabalho.

Reacções:

Idalino de Almeida (Treinador do Académico de Viseu)

Foi um jogo competitivo. Nos primeiros 20 minutos criámos algumas boas oportunidades para marcar e com isso permitimos que o adversário acreditasse. Pagámos caro por isso. Os atletas bateram-se bem, perante um adversário valoroso e o empate castiga-nos pelas falhas na finalização.

João Bento (Treinador do Tondela)

Foi um bom jogo de futebol, entre duas equipas que se respeitaram e não deixaram de procurar averbar os três pontos em disputa. Por aquilo que o jogo mostrou era injusto qualquer das equipas perder, ainda que ambas merecessem vencer.

Ficha de Jogo:

Ac. Viseu 0
- Manuel Fernandes, Calico, Marcos, Feliciano, Negrete, Sani, Valério, Álvaro, Cardoso, Alex e Zé Bastos
Substituições: Cardoso por Carlos Santos (57m), Valério por Barra (61m) e Álvaro por Márcio (70m)
Suplentes não utilizados: Nuno, Lopes, João Miguel e Filipe Figueiredo
Treinador: Idalino de Almeida.

Tondela 0
- Mikael, Filipe, Mauro, João Paulo, Dani, Carlos Miguel, Xico, Osvaldo, China, Beré e Phil Jackson
Substituições: China por Steven (53m), Carlos Miguel por Barca (80m) e Phil Jackson por Carlos Almeida (90m)
Suplentes não utilizados: Augusto, Ivo Maia, Botas e Abelha
Treinador: João Bento

Jogo no Estádio Municipal do Fontelo, em Viseu
Assistência: Cerca de 2500 espectadores
Árbitro: Octávio Pereira, do CA de Bragança
Auxiliares: Carlos Meco e Sá Vaz
Acção disciplinar: Cartão amarelo para Mauro (15m), Manuel Fernandes (30m), Barra (62m), Feliciano (64m), Álvaro (66m) e Zé Bastos (90m)

José Luís Araújo (DV)

2 Comentários:

Anonymous Anónimo disse...

2.500!??
Por sinal estive lá e sei que este número é um exagero. A claque que dizia estar disposta a morrer pelo seu clube tinha uns dez e eram quase únicos no topo sul.
O número corresponde a cerca de um sexto da lotação o que notóriamente é exagerado.

FAC

24/2/08  
Anonymous Anónimo disse...

Amigo, têm mais valor esses dez que dizem estar dispostos a morrer pelo clube, ou os supostos 2490 que ficam sentados na cadeira, que o significado de apoiar para esses é chamar de "gatuno" ao arbitro ou dizer a toda a gente que vão bater neles lá fora?
Ao menos nós apoiamos os 90 minutos e se "lá fora for preciso bater" la estaremos, ao contrário desses senhores que nos chamam de violentos, bebados ou marginais, mas que se esquecem das atitudes que têm..
Quantidade não é sinónimo de qualidade, e prova disso foi dada no sector ultra no ultimo domingo.. Quem la está sabe o espirito que se vive, quem prefere ficar na central a chamar o arbitro de nomes acho que devia olhar para si proprio e depois falar de nós.

COMANDO ULTRA VISEENSE! Odiados & Orgulhosos

26/2/08  

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