21 abril 2008

"Mangualde fez a festa da Taça"

Santacombadense 1-2 Mangualde (Final - Taça Sócios de Mérito)

A ‘casa’ da Selecção Nacional de futebol na segunda quinzena do mês de Maio foi no passado sábado o palco da final da Taça de Sócios de Mérito, prova organizada pela Associação de Futebol de Viseu, com um relvado de fazer inveja aos da Bwin Liga já que apesar de todas as condições atmosféricas adversas manteve-se impecável. A chuva condicionou um pouco o espectáculo mas mesmo assim assistiu-se a um futebol de qualidade praticado por ambas as equipas. As decisões, como prova da grande disputa que foi este jogo, só apareceram no último minuto do prolongamento, com o Mangualde a fazer a festa e a conquistar a sua quinta Taça perante a óbvia desilusão dos “Pinguins do Dão” que, no entanto, só podiam sair de cabeça erguida pois tudo fizeram para discutir o jogo.

Uma parte para cada equipa

Esta foi uma partida que poderíamos dividir em duas partes. Se os primeiros 45 minutos foram dominados pelo Mangualde, a verdade é que o segundo tempo pertenceu à Santacombadense. No entanto, quer num ou noutro caso, o domínio nunca foi absoluto e a equipa adversária ia também, de quando em vez, ameaçando a baliza contrária.
Na primeira metade, o Mangualde entrou decidido a tentar resolver as coisas cedo e o remate de Amílcar aos 10 minutos, aproveitando um erro da defesa contrária, indiciou isso mesmo. Contudo, o guarda-redes Bruno começava também a construir uma exibição sólida e defendeu o remate.
A resposta não se fez esperar. Ruben ao segundo poste ‘atirou’ rasteiro mas Miguel Seixas, com a ponta do pé direito, evitou o golo certo.
O Mangualde ia atacando mais, sobretudo à procura da altura e físico de Amílcar, que parecia não ter na defesa da Santacombadense grandes obstáculos para progredir. Aos 23 minutos, este avançado mangualdense serviu Márcio mas o colega permitiu defesa de Bruno. Um minuto depois foi o próprio Amílcar que, numa grande elevação, chegou ao cruzamento vindo da esquerda, cabeceou e marcou o primeiro da noite.
Aos 37’, a Santacombadense fez mesmo o golo do empate com um cabeceamento de Tó Marques mas o árbitro já havia assinalado fora-de-jogo enquanto o jogo foi caminhando para o descanso.
Reinício diferente

No segundo tempo a postura da Santacombadense foi substancialmente melhor e com isso os ‘pinguins’ conseguiram criar mais perigo junto da baliza do Mangualde, então na frente do marcador. O primeiro aviso foi dado logo aos 46 minutos, mas Rafael, de carrinho, evitou que Élio prosseguisse isolado para a baliza.
Pouco depois o Mangualde não conseguiu evitar um penálti claro sobre um avançado da Santacombadense que na tentativa de chegar à bola foi empurrado pelas costas. Chamado à marcação, Ruben não desperdiçou e repôs a igualdade. Nesta altura havia justiça no ‘placard’.
O Mangualde respondeu com dois lances perigosos em quatro minutos. Primeiro Paulito fez excelente jogada pela direita, cruzou mas não obteve resposta e depois foi Márcio quem, num remate fortíssimo, obrigou Bruno à defesa da noite.
A Santacombadense rapidamente voltou ao domínio e Brinca, recém entrado, apareceu isolado na área mas adiantou um pouco a bola no momento decisivo e perdeu-se a jogada.
‘Acordava’ novamente o Mangualde e Amílcar ia-se destacando na frente, enquanto Cartaxo era o esteio da defesa mangualdense.
Já perto do fim, Hugo foi expulso por acumulação de amarelos e no derradeiro momento do jogo antes do prolongamento, Márcio voltou à carga com um remate forte. Os adeptos do Mangualde já gritavam golo mas Bruno, com nova estirada fantástica evitou logo aí a derrota da sua equipa.

Expulsão condicionou prolongamento

Sem dúvida que a expulsão de Hugo acabou por prejudicar bastante a Santacombadense que, para os trinta minutos suplementares, limitou-se a defender, à espera das grandes penalidades. Jackson e Brinca na frente eram impotentes enquanto a defesa dos ‘pinguins’ ia tentando sobreviver à repentina ‘avalanche’ ofensiva do Mangualde. De facto, os ‘pupilos’ de Jorge Valente começaram a perceber que podiam decidir o jogo logo aí e foram criando várias situações para o conseguir. Aos 106 minutos, Paulito sozinho na área atirou por cima mas havia fora-de-jogo e aos 109’ Amílcar voltou a marcar de cabeça. Já com tudo a festejar, o árbitro assinalou bem uma falta do avançado mangualdense que na elevação se apoiou num defesa contrário.
Contudo, esse foi apenas o “ensaio geral” para a festa no último minuto do prolongamento. Porventura já com toda a gente a pensar nas grandes penalidades, o Mangualde chegou ao golo da vitória. Paulito com grande jogada na direita cruzou ao segundo poste, Amílcar cabeceou para um corte em cima da linha e Paulo Mota, sozinho na pequena área, só teve de fazer o golo.
Uma vitória justa embora qualquer das equipas pudesse ter vencido o troféu numa final ajuizada pela equipa de arbitragem liderada por Luís Caetano que realizou um trabalho ao nível da importância do encontro.

Reacções:

Jorge Valente (Mangualde)
“Foi uma vitória muito saborosa e que nos transmite esperança e confiança para o futuro. Este ano as coisas não correram como esperado devido a algumas nuances e não fizemos o campeonato que queríamos. Esta Taça tem muito prestígio a nível distrital e salvou um pouco a época no sentido de que nos deu mais alegria. Vencemos a uma equipa forte e que costuma ser o papa-taças. Nós entramos de uma forma que eles não estavam à espera, mas quando eles se adaptaram tivemos de ser nós a mudar. A expulsão, justa, do jogador deles acabou por nos ajudar e tivemos sorte nesse aspecto mas qualquer equipa podia vencer”.

José Branquinho (Santacombadense)
“Foi um jogo equilibrado e a expulsão condicionou-nos. No entanto os meus jogadores deram tudo o que tinham e parabéns também aos adversários”.


Ficha de Jogo:


Santacombadense 1
- Bruno, Élio, Tó Marques, Ruben, Jackson, Kiko, João Oliveira, Mota (cap.), Hugo, Serralheiro e Daniel
Substituições: Daniel por Brinca (65’) e Élio por João Paulo (93’)
Suplentes não utilizados: David, Tiago Branquinho, Roberto, Diogo e Náná.
Treinador: José Branquinho.

Mangualde 2
- Miguel Seixas, Sérgio, Luís Carlos, Cartaxo (cap.), Zé Pedro, Miguel Ângelo, Amílcar, Márcio, Rafael, Paulo Mota e Paulito
Substituições: Luís Carlos por Tó (57’) e Rafael por Rola (115’)
Suplentes não utilizados: João Paulo, Ivo, Filipe e Miguel Cruz.
Treinador: Jorge Valente.

Jogo no Estádio Municipal do Fontelo, em Viseu
Assistência: cerca de 400 pessoas
Árbitro: Luís Caetano (Tondela)
Auxiliares: Luís Castainça e Carlos Teixeira
4º árbitro: Rosa Almeida
Ao intervalo: 0-1
Aos 90 minutos: 1-1
Aos 120 minutos: 1-2
Marcadores: Amílcar (24’), Ruben (58’, g.p.) e Paulo Mota (119’).
Acção disciplinar: cartão amarelo para Tó Marques (17’), Hugo (28’ e 92’), Mota (28’), Luís Carlos (35’), Cartaxo (38’), Sérgio (49’), Rafael (58’), Élio (70’), Amílcar (83’) e Brinca (90’). Cartão vermelho, por acumulação, para Hugo (92’).

Vítor Ramos

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